quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sobre a intolerância, educação e educadores.


Vou dar uma pausa no assunto central deste blog para discutir outro assunto: Educadores.

Aviso: O texto é longo e questionador!

Tenho um irmão, João Victor. Ele tem 14 anos, que mora com meus pais no interior de São Paulo. Cidade de São João da Boa Vista, uns 300km de São Paulo.

Meu irmão, esta na 8ª série (9º ano, ou coisa que o valha... não decorei essas novas regras  rss) de uma escola pública, chamada Coronel Cristiano Osorio de Oliveira

Ele, como qualquer outro adolescente tem seus momentos chatos, questionadores, revoltado e tudo isso que todos nós já passamos!

Graças a Deus, João Victor, não é uma pessoa acomodada, ou que aceite fácil qualquer coisa. Nossos pais 
nos ensinaram a ser assim.

Contei tudo isso pelo seguinte: Na escola onde ele estuda, não há professor de história. Então, a escola colocou a professora de “Língua Portuguesa” para suprir a falta do profissional.

Ele me contou, que há muito tempo, a professora passa longos textos na lousa, os alunos copiam, e fica tudo por isso mesmo.

Esta semana, ele se cansou e contestou! Pediu a professora que fizesse uma explicação! E que ele não iria copiar mais nada se não houvesse uma explicação da matéria.

A professora rebateu, dizendo que não explicava a matéria porque a sala estava sempre uma bagunça!

Neste ponto já começo a me perguntar se isso realmente é argumento de um professor e onde está a autoridade dela sobre a classe? Mas...

Meu irmão levantou e pediu para a sala ficar em silêncio!
O erro dele, foi dizer: “vamos galera, silêncio! A professora vai explicar a matéria. Vamos colaborar porque isso acontece uma vez na vida e outra na morte”

Isso resultou em uma advertência para o João Victor.

Chegando em casa, explicou para meus pais o que aconteceu, e eles foram à escola conversar com a direção, que alegou que meu irmão, “pega no pé” dos professores:
- Não copia os textos que os professores passam. Ele faz um “resumo”
- Termina a explicação dos professores. Antes que eles concluam a aula.
- E, cobra demais.

Ela chegou a dizer que ele quer ser “mais que os professores
Oi? Será que quem merecia a advertência era realmente o aluno?
Ok! Concordo que a “ironia” usada foi desnecessária. Mas a punição foi realmente pela frase, ou pela “ousadia” de pedir MAIS aos professores/escola?

Ele resume a matéria? Será que isso não é um indício de que os textos estão longos e desnecessários?

Ele conclui a explicação dos professores? Será que não é porque eles estão falando demais, e explicando de menos?

Para mim, a única mensagem que a escola, diretora e professora passaram para o aluno foi:
Eu sou grande e você é pequeno! Eu sou professora e você é aluno! Eu sou adulta e você adolescente! Eu estou certa e você errado!

É isso que a escola está ensinando: Se conforme! Questionamentos não são bem-vindos!

E outra, meu irmão poderia ficar realmente calado! O que vai mudar para ele? Segundo nosso sistema de avaliação, basta que ele esteja presente para “passar de ano”. Ninguém está avaliando “quanto” ele aprendeu, mas “quantas vezes ele apareceu nas aulas”, ou seja, se a professora explicar a matéria ou não, ele vai passar de ano, simplesmente porque “compareceu as aulas”

Para mim essa advertência, deveria ir para a professora, que se acomodou em dar uma aula que não era dela. E decidiu apenas por “passar textos” como se bastasse isso para aprender.
Será mesmo que não havia mais nada a se fazer? A ÚNICA opção seria passar LONGOS textos para os alunos copiarem?

Uma advertência também para a diretora, que assinou em baixo um comportamento abusivo por parte da professora. Um aluno QUESTIONOU, se CANSOU, pediu MAIS, e isso “feriu” a professora. Ele queria aprender.

Depois o ministério da educação vai gastar milhões de Reais em pesquisas, procurando respostas para o problema de tantas crianças/adolescentes não concluírem seus estudos.

Depois vamos reclamar de uma população que não questiona seus líderes, que aceita a corrupção, que não busca seus direitos.

Nesta cena eu aprendi apenas uma coisa: a escola esta criando cidadãos passivos!
Será que esse comportamento do João Victor já não está indicando que a escola esta deixando a desejar? Isso já não é uma resposta? Ou precisamos gastar milhões em pesquisa para descobrir isso?

Graças a Deus, meus pais acompanham os estudos do meu irmão como acompanharam o meu. A diretora ficou de tomar providências, conseguir uma professora de história para a turma.

Parabéns Senhora diretora! Antes tarde do que nunca!
Mas sinceramente, acho bom começar a repensar nos exemplos que vocês estão passando às crianças. E não adianta colocar a culpa no sistema de ensino: Esse comportamento intolerante aos questionamentos, é pessoal! 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sinais

São sinais de que a pessoa não está em sua melhor condição mental quando:

- Em pleno domingo fica feliz ao dizer: Nossa! "Só" faltam 12 km para eu terminar meu treino!

- Resolve correr no DOMINGO, repito, na academia do prédio, para se habituar ao calor.

- Leva vários choques na esteira, mas continua o treino!

Fique atento a estes sinais... Podem ser sintomas de uma grave vontade de ser saudável, feliz e claro: MAGRA!

Definitivamente, essa meia maratona está criando um monstrinho dentro de mim...

Semana que vem, meu treino será em (sotaque arretado on) Juazeiro do Norte (sotaque arretado off)
Quero ver eu não me habituar ao calor! RÁ!






segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Juazeiro do Norte, ai vou eu!


Valei-me Padre Cícero!


Meu avô materno tem 83 anos.
Nasceu em Juazeiro do Norte, Ceará.

Veio para São Paulo, para tentar a vida, como tantos outros.

Teve 7 filhos. E como um bom cearense, é muito devoto de Padre Cícero.

Faz mais de 20 anos que ele não vai à Juazeiro.

Meu avô com 83 anos, nunca andou de avião.

Então, decidi que o feriado de 12 de outubro era um bom momento para dar este presente a ele.

Em Julho, (quando tive a idéia) fui à casa do meu avô e disse:

- Vô, quanto tempo faz que você não vai à Juazeiro
- Ah, minha filha (com saudade nos olhos) nem me lembro... Mais de 20 anos...
- Então eu vou te levar! De avião!

Nesse momento a mulher dele (sim, meu avô se casou novamente depois dos 75 anos!) começou a falar, gritar, muito feliz. E ele, muito quieto.

Depois de um tempinho ele disse:
-Eu to passando mal, mas é de felicidade, viu?!

Ele não acreditava que iria andar de avião e ainda ver sua cidade, a cidade do Padrinho, Padre Cícero!

Bom, a unica data que daria, seria agora, em outubro. Ou seja, deixei o coitado do velho passando mal de ansiedade até chegar outubro!

E então, que semana que vem, embarcamos, eu e meu avô! Sim, só nós dois (a mulher dele tem medo de avião). Uma aventura...

Hoje, acertando algumas coisas da viagem notei que:

- A temperatura hoje estava em 35 graus -  Vou precisar de protetor solar, muito protetor.
- Serão 8h de voo, com duas escalas - Meu avô, que nunca andou de avião, tirará o atraso!
- Meu avô toma mil e um remédios - Eu não lembro nem dos meus... Não sei o que vou fazer!

Primeira vez do vô no avião, voltando para sua terra que não vê ha 20 anos, conhecendo parentes distantes! Diz se essa viagem, de uma paulistana para o Ceará, não tem tudo para ser, muito, muito, mas muito engraçada?

Agora, contagem regressiva para chegar o grande dia! Será uma viagem curta, mas valerá a pena. Tenho certeza.

Terei contato com uma parte da minha história, que eu desconheço. Juazeiro, Ceará, Pare Cícero, parentes desconhecidos...

Pode deixar que trarei rapadura para todos! hahaha